É notório e crescente o
número de homossexuais nos tempos atuais. Essa explosão demográfica homo, por
conta da modernidade, deu coragem e ânimo aos meninos saírem do armário,
antigamente nós sabíamos de cada caso.
Existia no bairro do Farol,
perto de onde hoje é a TV Gazeta, uma pensão muito especial, Zeiga, o mais
famoso hóspede, Ramona, chegado à mágica, mandrake, adorava fazer desaparecer
coisas, era o líder, tornou-se o mais conhecido da cidade.
Certa vez aportou em
Maceió, um pintor baiano de nome Sandoval Duarte. Fez o primeiro “vernissage”
concorrido e badalado. As moças solteiras, as “socialites” da época, ficaram
encantadas com o charme daquele artista espirituoso e bonito, parecia um galã
de filmes americanos.
Ao revelar-se a opção
sexual do grande SANDUARTE, houve “frisson” na sociedade alagoana. O pintor
apaixonou-se por um jovem de família tradicional, teve um tórrido e escandaloso
caso com o bonito rapaz, também coqueluche das meninas. Hoje, senhor respeitado
e temido, exercendo alto cargo cheio de poderes.
Em noite de Baile de
Máscara do Clube Fênix, um forte rapaz fez sucesso com luxuosíssima fantasia
bordada de lantejoulas e paetês. Ninguém sabia se masculino ou feminino. O sexo
do folião só foi revelado durante a premiação, era homem, ganhou o concurso de
fantasia de luxo, primeiro lugar. O vencedor era meu primo, neto e homônimo de
Floriano Peixoto, o Marechal de Ferro. Nós o chamávamos, sem deboche, de Fulô.
Foi morar no Rio de Janeiro, destino de muitos que iam dar expansão à
sexualidade reprimida.
As lésbicas também eram
poucas conhecidas, ou refreadas. Hoje encontram-se aos montes, o
homossexualismo feminino está em expansão. As mulheres entraram com fervor no
caminho da revolução de costumes. Assumiram cada vez mais o “Viva Zapata”.
Desfilam com namoradas, dão preferência abertamente às mulheres, comprovam bom
gosto.
As coisas mudaram, os homos
estão saindo se revelando na maior tranquilidade. Um amigo - vou chamá-lo de
Rock, em homenagem a Rock Hudson, ator de cinema que no final da vida
revelou-se boiola - depois do terceiro casamento, mora só, num apartamento na
praia de Cruz das Almas, ama a vida de boemia e mulheres. Certa vez foi ao
Recife passar um fim de semana com a namorada, aliás, uma moça de programa
promovida à condição de noiva, assim apresentava Elizabeth aos amigos no
Recife.
Quando seu luxuoso carro
passava numa curva perto da cidade de Novo Lino, foi cruzado, fechado por uma
camionete. Saltaram quatro homens com revólveres na mão apontando, um assalto.
Um neguinho magro, cara de fuinha e voz de “foen” entrou e sentou-se no banco
traseiro, encostou o frio cano da arma na nuca de Rock. Ele apavorado obedeceu
os gritos do marginal, dirigiu o carro até um matagal.
Apareceram os outros assaltantes,
arrecadaram cartões de crédito, três mil reais, talão de cheques, jóias e
bijuterias da “noiva”. Eram quase seis da tarde, anoitecia, quando dois
bandidos levaram Beth para outro local. Nas brenhas fizeram todo tipo de
sacanagem sexual.
Enquanto isso, os outros
meliantes seguraram Rock, mandaram se despir, deixando-o nu, na posição que
Napoleão perdeu a Guerra. Nesse momento o Fuinha estuprou o apavorado
Rock. Foi doloroso, ele chorou angustiado.
Com o serviço feito, os
assaltantes deram um arranque na camionete, deixaram os dois no carro, levaram
a chave.
Passava das nove da noite,
quando Rock e Beth bateram numa casa perto de Novo Lino. Foram socorridos.
Dormiram num pequeno hotel, prestaram queixa à Polícia. Ao meio-dia do sábado
chegou de Maceió, uma chave extra do carro. Rumaram para o Recife.
O assalto deixou algumas
sequelas, foram traumáticos os primeiros dias para Rock, estuprado
violentamente pelo Fuinha.
Existe uma relação muito
forte entre a vítima e o algoz, a célebre "Síndrome de Estocolmo".
Rock não esqueceu o Fuinha, tinha sonhos eróticos sendo estuprado, ouvia a voz
foen, vinha-lhe uma excitação estranha. Resolveu consultar um psiquiatra. Com
três meses de análise, entendeu, o estupro revelou sua ambígua sexualidade.
Rock vive tranquilo,
assumiu a bissexualidade, quando dá comichão, quando a vontade chega sem
controle, ele vai à noite na orla da Avenida da Paz, escolhe um travesti para
um programa.
No maior descaramento
afirma sorrindo ser é bissexual porque só existem dois sexos, se fossem cinco
sexos, ele seria PENTA igualzinho ao Brasil no futebol.
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