Vemos ao redor do Globo Terrestre várias formas de conceber
Deus, a suprema inteligência e causa primeira de todas as coisas, e várias são
as denominações que damos a esse Ser superior, porém, todas as interpretações
acerca do que é Deus, correspondem a um único Ser, a quem todos concordamos,
nos criou.
Deus, em sua infinita sabedoria, justiça e bondade, nos traz
a esse mundo com um propósito: aprender. Todos viemos a esse aprendizado de
forma semelhante, partindo de um princípio simples e ignorante. Com o passar do
tempo, vamos nos aperfeiçoando, conhecendo as leis que regem a criação e
assimilando as lições que o Pai, através das situações proporcionadas pela vida
material, nos destina para que tenhamos o mérito de nosso progresso.
Uma das primeiras lições em que nos ocupamos é a de
compreender o que é Deus. Em busca da resposta, voltamo-nos ao nosso interior
e, embora não tenhamos uma compreensão total do que é Deus, sabemos que Ele
existe e se relaciona conosco através de várias formas. A partir da
conscientização da sua existência, buscamos nos ligar com Ele, para
compreendermos melhor o que viemos fazer aqui, como surgimos e o que Ele espera
de nós, despontando então os primeiros traços da religiosidade em nosso ser.
Nosso caminhar pela vida à procura dessas respostas nos leva
à companhia de outros aprendizes como nós, e por afinidade nos unimos a alguns,
formando grupos que iniciam as chamadas religiões. Tais grupos, cada um com uma
origem específica, têm suas próprias bases de ideias a respeito da criação e do
seu Criador, e procuram cultuá-las através de rituais, cerimoniais e cultos
próprios às condições de cultura, tempo e local existente, expressando o quão
importante é o Criador para eles.
Assim, vemos as mais diversas manifestações da fé, cada uma
delas ligadas à forma como o indivíduo e o grupo a que ele pertence consegue
perceber e compreender o Criador, sendo que Deus não dá preferência a nenhuma
delas, pois todas são pontes que levam seus filhos até Ele, seja por caminhos
mais longos ou curtos, por compreensões mais complexas ou simples. A seus
olhos, o importante é a essência e não a aparência. Só Lhe interessa o foco da
religião, que deve ser o desenvolvimento contínuo do indivíduo, dentro do
sentimento do Amor e da Caridade, uma vez que os cânticos não chegam a Ele
senão pela porta do coração (ver L.E. perguntas 654, 838 e 842).
Nas religiões que seguem os ensinamentos de Jesus, vemos
grandes divergências nas formas de culto e credo. Se formos consultar o cerne
de seus ensinamentos, veremos que, em toda a sua pregação na Terra, o querido
Mestre falou a cada um de nós que a nossa ocupação principal deve ser a de
corrigirmos a nós mesmos. Não vemos, em momento algum das passagens do
evangelho, referências para que corrijamos as faltas do nosso irmão, ou para
que nos ocupemos em modificar a compreensão limitada de nosso vizinho, mas para
que busquemos ampliar nossa própria capacidade de compreender ao nosso próximo
e nos preocupemos em corrigir aquilo que ainda nos é falho. Como sua máxima,
Cristo nos fala que devemos “... amar a Deus sobre todas as coisas, e ao nosso
próximo como a nós mesmos”.
Amar ao nosso próximo é respeitar suas decisões, seu
desenvolvimento e sua crença em Deus, seja ela qual for, pois é a forma como
Ele consegue conceber a Inteligência Suprema, o Ser sobre o qual nenhum de nós
tem conhecimento pleno e muito ainda nos falta compreender (ver L.E. pergunta
839).
Bibliografia consultada: Kardec, Allan – O Livro dos Espíritos,
1857 - Instituto de Difusão Espírita, 98a edição, 1995.
NÃO BASTA APRENDER O
EVANGELHO, É PRECISO VIVENCIÁ-LO.
Perfeitamente de acordo!
ResponderExcluirA tristeza é que, em nome de Deus, se cometam tantos absurdos, tanta falta de amor aos irmãos, que é o mais 'recomendado' por Deus!