segunda-feira, 8 de junho de 2015

RESPEITO ÀS RELIGIÕES ALHEIAS

Texto de Leonardo de Sá Queiroga

Vemos ao redor do Globo Terrestre várias formas de conceber Deus, a suprema inteligência e causa primeira de todas as coisas, e várias são as denominações que damos a esse Ser superior, porém, todas as interpretações acerca do que é Deus, correspondem a um único Ser, a quem todos concordamos, nos criou.
Deus, em sua infinita sabedoria, justiça e bondade, nos traz a esse mundo com um propósito: aprender. Todos viemos a esse aprendizado de forma semelhante, partindo de um princípio simples e ignorante. Com o passar do tempo, vamos nos aperfeiçoando, conhecendo as leis que regem a criação e assimilando as lições que o Pai, através das situações proporcionadas pela vida material, nos destina para que tenhamos o mérito de nosso progresso.
Uma das primeiras lições em que nos ocupamos é a de compreender o que é Deus. Em busca da resposta, voltamo-nos ao nosso interior e, embora não tenhamos uma compreensão total do que é Deus, sabemos que Ele existe e se relaciona conosco através de várias formas. A partir da conscientização da sua existência, buscamos nos ligar com Ele, para compreendermos melhor o que viemos fazer aqui, como surgimos e o que Ele espera de nós, despontando então os primeiros traços da religiosidade em nosso ser.
Nosso caminhar pela vida à procura dessas respostas nos leva à companhia de outros aprendizes como nós, e por afinidade nos unimos a alguns, formando grupos que iniciam as chamadas religiões. Tais grupos, cada um com uma origem específica, têm suas próprias bases de ideias a respeito da criação e do seu Criador, e procuram cultuá-las através de rituais, cerimoniais e cultos próprios às condições de cultura, tempo e local existente, expressando o quão importante é o Criador para eles.
Assim, vemos as mais diversas manifestações da fé, cada uma delas ligadas à forma como o indivíduo e o grupo a que ele pertence consegue perceber e compreender o Criador, sendo que Deus não dá preferência a nenhuma delas, pois todas são pontes que levam seus filhos até Ele, seja por caminhos mais longos ou curtos, por compreensões mais complexas ou simples. A seus olhos, o importante é a essência e não a aparência. Só Lhe interessa o foco da religião, que deve ser o desenvolvimento contínuo do indivíduo, dentro do sentimento do Amor e da Caridade, uma vez que os cânticos não chegam a Ele senão pela porta do coração (ver L.E. perguntas 654, 838 e 842).
Nas religiões que seguem os ensinamentos de Jesus, vemos grandes divergências nas formas de culto e credo. Se formos consultar o cerne de seus ensinamentos, veremos que, em toda a sua pregação na Terra, o querido Mestre falou a cada um de nós que a nossa ocupação principal deve ser a de corrigirmos a nós mesmos. Não vemos, em momento algum das passagens do evangelho, referências para que corrijamos as faltas do nosso irmão, ou para que nos ocupemos em modificar a compreensão limitada de nosso vizinho, mas para que busquemos ampliar nossa própria capacidade de compreender ao nosso próximo e nos preocupemos em corrigir aquilo que ainda nos é falho. Como sua máxima, Cristo nos fala que devemos “... amar a Deus sobre todas as coisas, e ao nosso próximo como a nós mesmos”.
Amar ao nosso próximo é respeitar suas decisões, seu desenvolvimento e sua crença em Deus, seja ela qual for, pois é a forma como Ele consegue conceber a Inteligência Suprema, o Ser sobre o qual nenhum de nós tem conhecimento pleno e muito ainda nos falta compreender (ver L.E. pergunta 839).
Bibliografia consultada: Kardec, Allan – O Livro dos Espíritos, 1857 - Instituto de Difusão Espírita, 98a edição, 1995.
NÃO BASTA APRENDER O EVANGELHO, É PRECISO VIVENCIÁ-LO.

Um comentário:

  1. Perfeitamente de acordo!
    A tristeza é que, em nome de Deus, se cometam tantos absurdos, tanta falta de amor aos irmãos, que é o mais 'recomendado' por Deus!

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