PROFESSOR E ADMINISTRADOR DE EMPRESAS
Tenho
ouvido com muita preocupação as ilações intempestivas de defensores do atual
governo federal com relação aos programas sociais postos em prática desde os
governos do sr. FHC, e a suposta quebra da democracia com o impedimento da presidente.
Essas referências enaltecem os tais programas que, segundo os partidários de
Lula e Dilma, transformaram socialmente o país. Quando analisamos os principais
programas, isolando-os da verdadeira situação social do país, é evidente que
iremos afirmar que estão contribuindo para um suposto benefício social! Porém,
quando os atrelamos à nossa realidade, enxergamos um caos social perpetrado
pelas diversas formas de violência praticadas pelos nossos delinquentes de
colarinho amarelo e pelos derivados, jovens marginais sem colarinho, chegamos à
conclusão que não vão além de programas populistas que visam tão somente a
perpetuação no poder. O bolsa família, principal fonte de renda, dos miseráveis
e dos políticos, salvo raríssimas exceções, quando transfere o dinheiro para
pessoas desprovidas de informação, sobreviventes em comunidades governadas pelo
tráfico, sem a presença efetiva do Estado, está apenas alimentando um torpe
crescimento econômico, em detrimento de um sadio desenvolvimento econômico e
social que só se concretizaria com educação e trabalho dignos. O
desenvolvimento social e econômico de uma sociedade necessita da presença firme
do Estado com a educação básica, e assistência à saúde, não com esmolas jogadas
à esmo! Pobre não precisa de esmolas!
Pobre necessita de educação, saúde e trabalho dignos! Então, por que não,
transformar bolsa família em bolsas de estudos? Outro dia ouvi de um governista
que a educação básica não era atribuição do governo federal. Respondi que até
os anos 70, funcionavam em todo o país, as Escolas Industriais Federais, hoje
transformadas em Institutos Federais; essas escolas funcionavam em tempo
integral e os alunos, num turno cursavam o antigo ginásio, e, em outro,
aprendiam um ofício – marcenaria, carpintaria, mecânica, música e etc. - os
alunos, praticamente, viviam na escola, e, tinham direito também à assistência
médica, dentária, e a prática de esportes. Será que os bilhões investidos no
bolsa família não trariam um benefício social bem mais genuíno para toda a
sociedade se fosse investido em educação básica? Aposto que sim. Ademais, o
governo federal sabe que as prefeituras, a maioria, falidas, ou envoltas em
casos de corrupção, não têm quaisquer condições de gerir a educação básica.
Um outro
programa bastante lembrado nos discursos do governo, são as quotas raciais.
Também olhando-a de forma isolada, aprovamo-la, pois, resgata uma dívida
histórica remanescente do tempo da escravidão, mas, além de uma discutível
secção social, alija do benefício, a maioria dos nossos negros, “despejados”,
impiedosamente, das nossas escolas públicas básicas. Ademais, filhos de negros
pobres “expulsos” da classe média, que renunciaram à um conforto merecido para
pagar escolas particulares para os seus filhos, também não têm direito às
quotas.
Num país
com um índice absurdo de violência urbana, com carceragens superlotadas de
jovens, muitos menores de idade, com níveis impressionantes de analfabetismo,
com centenas de políticos processados por corrupção exercendo mandatos, com
professores amordaçados e mal remunerados, com milhares de “parasitas” nas
câmaras, assembleias e congresso nacional, com milhões de pessoas sem
assistência médica e sem emprego, com uma classe média empobrecida, com
banqueiros comandando e explorando a economia, com planos de saúde e clínicas
particulares praticando agiotagem disfarçada e consentida, como ousamos falar em transformação social e
democracia?
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