POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES
Contam que, certa vez, um determinado
estado tinha um grande depósito de sucata, localizado no meio
do deserto. O governador analisou a questão e chegou à seguinte
conclusão:
- Alguém pode roubar essas
peças, durante a noite...
Então, para resolver este "problemão", o governador criou uma vaga de trabalho e contratou um vigia noturno.
Tempos depois, o
governador voltou a pensar:
- Como é que o vigia vai
fazer o seu trabalho, se ele não tem nenhuma instrução?
Assim, o governador resolveu criar a
Secretaria de Planejamento, nomeando vários cargos comissionados. Na estrutura
da nova secretaria, foi criado o Departamento de Comunicação, para escrever um Manual de Instruções, a ser distribuído ao vigia, e o Departamento de Cursos de Aperfeiçoamento de Pessoal, encarregado de ministrar cursos ao vigia, orientando como ele deve exercer as suas atividades.
Com o passar do tempo, o
governador se questionou novamente:
- Como saberei se o vigia está obedecendo as instruções do Manual?
Como justificativa, criou a
Secretaria de Fiscalização e Controle de Qualidade e, novamente, nomeou dezenas de cargos comissionados.
No âmbito da nova secretaria, um Departamento de Fiscalização, encarregado de
fiscalizar as atividades do vigia, e o Departamento de Controle, encarregado de escrever os relatórios da atuação do pobre empregado.
Com o passar do tempo, o
governador tem uma nova dúvida:
- Como essas pessoas vão
receber o salário?
Então, para resolver a
questão, o governador criou a Secretaria de Administração de Pessoal e Folha de
Pagamento (composta de vários Departamentos) com a finalidade de controlar a Frequência dos Servidores e cuidar da Folha de Pagamento. Mais uma vez, o governador nomeou vários cargos comissionados.
O tempo passou...
No final do ano, o
governador percebeu que havia algo errado porque o estado não tinha grana suficiente
para manter a máquina administrativa funcionando. Depois de dezenas de reuniões com
Secretários de Estado, Conselho Político, "puxa-sacos" e "aspones", o governador convocou uma entrevista
coletiva, transmitida, ao vivo, por uma cadeia de rádio e televisão do estado e
comunicou:
- As contas do estado estão em R$ 18.000,00 no vermelho. Temos que "apertar o cinto". O pagamento do "décimo" está comprometido e depende de uma operação de crédito que estamos tentando fazer. Diante da grave situação, não resta ao governo outra coisa a não ser "fazer o dever de
casa". O governo tem que dar o exemplo e por isso é obrigado a
"cortar na própria carne"...
No dia seguinte, o Diário
Oficial publicou a demissão do vigia!
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