terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

MARIA TOPADA E O APRESSADINHO

Texto de Aloisio Guimarães

A figura conhecida da nossa Maria Topada já foi descrita no causo anterior “MARIA TOPADA E O DELEGADO” - que pode ser lido aqui mesmo no blog.
Então, vamos aos fatos:
Antigamente, a Rede Ferroviária Federal S.A. (REFFESA) mantinha, regularmente, trens de passageiros e de cargas entre as cidades de Maceió e Porto Real do Colégio, às margens do Rio São Francisco, na divisa com o estado de Sergipe. Assistir a movimentação de passageiros, quando o trem chegava, e saber quem estava chegando ou ia viajar, era um dos programas favoritos em todas as cidades por onde ele passava.
Como o meu pai era o Chefe da Estação Ferroviária em Palmeira dos Índios, eu vivenciei, durante muitos anos, momentos assim.
Certa feita, Maria Topada estava na estação, esperando o "cavalo de ferro" chegar, para tentar ganhar alguns trocados para a sua sobrevivência. Como sempre, era intensa a movimentação de pessoas, viajantes e curiosos, na plataforma da estação. Tão logo o trem parou, um dos passageiros que acabara de desembarcar, muito apressadinho, deu uma trombada na Maria Topada. O tal viajante, vendo aquela figura simples e baixinha, não titubeou e a xingou pelo encontrão que tiveram.
Pronto! Como diz o ditado: “Mexeu com o cão com vara curta”...
Após ouvir o xingamento que ele lhe dirigiu, Maria Topada colocou as duas mãos na cintura, balançou o pé direito e exclamou:
- Ôxente, deixe de pressa! Já trouxe até a mala e num sabe nem se vai ficar!
Pronto, estava criado mais um bordão na cidade! Desse dia em diante, durante muito tempo, quando alguém se comportava de modo apressado ou impaciente, era logo advertido:
- Ôxente, deixe de pressa! Já trouxe até a mala e num sabe nem se vai ficar!

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