PROFESSOR E ADMINISTRADOR DE EMPRESAS

Num primeiro momento, pode
até parecer estranho afirmarmos que as maiores vítimas foram pessoas alheias
ao evento esportivo, mas, apesar das autoridades, infelizmente, ainda não terem
diagnosticado, as arruaças são perpetradas fora do estádio, afinal, no interior
do mesmo, a fiscalização é, até certo ponto, exagerada. Dentro do estádio, os
maus elementos não têm às suas disposições, quaisquer tipos de armas,
dispostas, facilmente, quando saem transtornados às ruas após o final do jogo;
aí, ficam evidentes dois fatos: primeiro, a proibição da venda de cervejas
dentro do Trapichão, não surte tantos efeitos; segundo, o objetivo das gangues
não é o resultado do jogo, pois, as desordens são feitas, independente do time
da cor da facção, ganhar ou perder. Fica bastante claro que os meliantes já
saem das suas sedes devidamente entorpecidos e, lá dentro, conseguem usar mais
drogas livremente - é óbvio que o sujeito com um copão de cerveja fica
bem mais visível que um outro com um cigarro de maconha, por exemplo.
Ao longo dos anos, quando
dos embates dos meliantes com os órgãos governamentais responsáveis pela
segurança, temos observado, apenas, medidas empíricas e paliativas,
geralmente, desvinculadas de racionalidades; apenas, determinações impróprias,
que servem, tão somente, para acirrar os ânimos das três partes envolvidas nos
terríveis e descabidos conflitos; quando as duas facções e a policia militar se
defrontam – em algumas vezes, na entrada do estádio - também pela
ausência de um melhor preparo de alguns policiais, os papéis se invertem, e as
três entidades acabam se confundindo. Nesse último clássico, tomaram a
equivocada decisão de proibir a entrada dos baderneiros com suas respectivas
indumentárias! O resultado mais uma vez, foi desastroso! Daí, diante da
inconstitucional “Lei do cacete”, utilizada por alguns maus policiais, o “justo
acabou pagando pelo pecador”, já que, nesse momento, ninguém estava
identificado! Logo, sobrou bordoada, balas de borracha e Spray de pimenta para
“gregos e troianos”.
Qualquer cidadão, mesmo os
desprovidos de uma inteligência elementar, sabe que as badernas em dias de grandes
jogos, são realizadas fora do estádio e são perpetradas por elementos de
várias idades, inclusive menores, aficionados das duas facções. Logo, o
problema nasce bem longe do local do jogo, e, consequentemente, todas essas
medidas e ações enérgicas no estádio, tornam-se sempre inconsistentes.
Enquanto não conseguirmos
compreender que nenhum problema, principalmente, social, nasce e se prolifera
do nada, teremos cada vez mais dificuldades para combatê-lo com eficácia. É
praticamente impossível se tomar uma decisão, e depois se obter a resolução
esperada, quando o problema já está estabelecido e, logicamente, os ânimos,
tanto dos causadores, quanto dos combatentes, estão exaltados. Temos que
entender que tomada de decisão e resolução de problemas são processos
ligeiramente diferentes, mas que não podem ser dissociados. A grande
verdade, é que, quando não cuidamos da prevenção, não temos outro remédio no
futuro, senão, a terrível e, invariavelmente, danosa repressão.
É fulcral esclarecermos
que as genuínas torcidas organizadas devem fazer parte da beleza do espetáculo,
com suas bandeiras, charangas, orquestras e seus cânticos de paixão ao seu
clube; aliás, ainda temos esses tipos de grupos sociais, à exemplo da "CRB
Chopp", ou da “Azulcrinante”, compostos por pessoas decentes e que, acima
de tudo, se toleram e se respeitam.