quinta-feira, 26 de abril de 2012

O ATIRADOR DE ELITE

Texto de Aloisio Guimarães

Em 2005 foi realizado um plebiscito para decidir sobre a comercialização de armas de fogo em todo o país. Foi a denominada "Campanha do Desarmamento".
Mesmo de uma família pacífica, sem inimigos, acredito que todos os homens da família, exceto eu, votaram favoráveis à comercialização de armas. Confesso que fiquei muito surpreso, tanto que, no auge da campanha, indaguei a um dos meus sobrinhos:
- Cara, você não tem coragem nem de matar uma barata! Por que peste vai votar favorável à venda de armas de fogo?
Ele respondeu:
- Tio, eu estou defendendo o meu direito. O direito de um dia possuir uma arma. O governo tem que desarmar o bandido e não o homem de bem!
Apesar de ser meu sobrinho, era uma justificativa digna de um perfeito babaca! O direito que ele defendeu para si (e consegui!) é o mesmo direito dado ao marginal, ao psicopata... Contudo, com uma diferença muito significativa: por sua formação e índole pacífica, ele nunca irá comprar nem usar arma nenhuma!
Por outro lado, desde quando é que "um homem de bem" precisa comprar arma ou andar armado?  "Para se defender" é um argumento muito pobre! O homem de bem jamais vai saber manusear uma arma quanto mais andar armado; neste caso, quem corre perigo é ele mesmo!
O resultado final do plebiscito em todo o Brasil foi semelhante ao que acontecia na minha família: venceu, folgadamente, a comercialização de armas!
É muito fácil verificar que, em qualquer cidade do país, após o resultado desse plebiscito, cresceu rapidamente o número de assaltos à mão armada. Até parece que a bandidagem viu no resultado do plebiscito uma espécie de "liberou geral"!
Aparentemente, ficou muito fácil comprar uma arma, muito mais do que antes! Pelo que podemos tirar dos noticiários policiais, parece até que todo mundo está andando!
Outro dia, no meu bairro, um cidadão discutiu com seu genro, foi na esquina (na esquina mesmo!), comprou um revólver, voltou para casa e matou o genro!
- Quem perdeu com o resultado do plebiscito?
Perdeu a paz, a segurança, a vida...
Hoje, quando saímos de casa, rezamos para não sermos assaltados. E, quando somos assaltados, temos que implorar a um "vagabundo qualquer" pela nossa vida!
Votei pelo desarmamento baseado na "lei da oferta e procura": com a proibição da venda de armas, a quantidade delas em circulação ia cair drasticamente. Os preços subiriam, uma vez que somente seriam encontradas no chamado mercado negro.
- Acabaria com a compra e venda de armas?
Claro que não! As quadrilhas de assaltantes de bancos e os traficantes continuariam comprando armas, como sempre fizeram, custassem quanto custassem.
- Qual então o resultado prático para o cidadão comum?
Muito simples: aquele “ladrãozinho vagabundo”, que assalta (e mata!) os nossos filhos, para roubar, por exemplo, a porcaria de um celular ou um par de tênis, não ia mais ter condições de comprar um revólver!  Nossos filhos continuariam a ser assaltados ou roubados, mas as chances deles serem assassinados seriam bem menores...
Acredito que o povo está colhendo aquilo que plantou!
Tenho a certeza de que dezenas de pessoas que votaram favoráveis, hoje estão arrependidas.
Quanto a mim, eu ando armado:
- A minha arma é, e sempre foi, Deus!

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