terça-feira, 26 de junho de 2012

O BARBEIRO DE CACIMBINHAS

Texto de Audemaro Araújo

Meu caro Aloísio,
O interessante Dilema de Thulson-Doom que você publicou no dia 22/06 me fez  lembrar outros; como, por exemplo, o do barbeiro, seu conterrâneo.
Vamos lá...
Além do Barbeiro de Sevilha, só conheço outro famoso: certo barbeiro palmeirense que me deixou embatucado nos idos dos antigamente, quando o nosso saudoso e grande mestre Edmilson Pontes, era engenheiro do DOP, que era uma SEINFRA, um SERVEAL, daquelas épocas; tecnicamente falando, né?.
Numa de nossas andanças para inspecionar a Barragem da Carangueja, em seus primórdios, durante as explorações  que fazíamos nos arredores da região, o mestre Edmilson me chamou a atenção para uma singela Barbearia em Cacimbinhas, em cuja fachada, de porta e janela, se destacava uma vistosa tabuleta dizendo:
"Barbeio todos e apenas aqueles homens do vilarejo que não se barbeiam" (B.R.)
Nos indagamos:
- Aonde quer chegar o Barbeiro de Cacimbinhas?
Primeiramente, é óbvio que todos os homens, dali do vilarejo, que se barbeiam, não são clientes daquele inusitado barbeiro; segundamente...
Aí, surge inopinadamente Ciço Aluado, o maior filósofo, inventor, cientista da Palmeira dos Índios e derredores, e sapeca para gente uma sutil e demolidora perguntinha:
- E quem barbeia o barbeiro? 
E ato contínuo, Ciço Aluado se-escafedeu-se no oco do mundo...
O grande e inesquecível mestre Edmilson ajeita seus óculos “fundo-de-garrafa”, abre aquele sorriso amigo e professoral e me pergunta:
- E agora neófito algebrista?  Saia desse imprensado, jovem! 
Ajudem-me meus caros jovens, a sair desse dilema, enigma, paradoxo, seja lá o que for, pois: 
a)  Se o babeiro se  barbeia ele seria um daqueles homens que ele não barbeia, conforme a tabuleta;
b)  Se ele não se barbeia, então, pelo que reza a tabuleta, ele deveria ser um daqueles homens que ele barbeia?!
Sendo assim, deu-se o imbróglio.
- Afinal, nobres mancebos, o barbeiro se barbeia ou não?
 

Um comentário:

  1. Mestre Audemaro,
    Foi nos meus tempos de criança que fiquei perdido diante da tentativa de responder a este indecifrável paradoxo "matemático" e "berbeirístico", ao ponto de esquecer de fazer a minha barba (mesmo não sendo o Barbeiro de Sevilha ou de Cacimbinhas)!
    Por isso, são pouquíssimos aqueles que me conhecem sem a minha "camuflagem rostítica"!
    Dizem as más línguas, mesmos aquelas distantes vários KM's de Cacimbinhas, que aquele matemático que não decifrar o tal enigma, será elevado à categoria "purpúrica"!

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