quarta-feira, 28 de maio de 2014

EM CLIMA DE COPA

Texto de Carlito Lima

Comprei, bandeira para estendê-la na varanda, calção azul, sandália, cueca, além da camisa amarela da seleção brasileira. É aquela história, não acredito em bruxas, mas, que existem, existem! Assistirei aos jogos do Brasil com o mesmo calção, camisa, cueca. O Mundo de olho no Brasil. Recentemente em Buenos Aires dei uma palestra, no final o assunto foi a Copa do Mundo, todos queriam saber como estão os preparativos, se é verdade o clima de violência e outras notícias. Minimizei os problemas, uma boa imagem do Brasil no exterior é importante. Torço e tenho certeza, a Copa no Brasil será bem organizada e alegre, apagará essa imagem negativa, sou um patriota otimista que nem o Policarpo Quaresma, incorrigível.
Fanático por Copa do Mundo, a minha primeira foi em 1950, menino, 10 anos, chorei naquele domingo fatídico, o Brasil precisava apenas de um empate, fez 1x0, terminou perdendo, 2x1 para o Uruguai, campeão dentro do Maracanã, uma tragédia. 
Em 1954 na Suíça, a maior lembrança vem do jogador Puskas da Hungria, dínamo daquela seleção que assombrou o mundo com goleadas espetaculares, na final deu-se o milagre de Berna, Alemanha foi campeã, perdendo de 2x0, virou o jogo, 3x2. Puskas era capitão do Exército, em 1956 houve a Revolução Húngara, revolta espontânea contra o governo comunista da Hungria. Depois de anunciar a disposição de negociar a retirada das forças soviéticas, a União Soviética mudou de ideia, entrou em Budapeste esmagando a resistência armada. Puskas exilou-se na Espanha, tornou-se o melhor jogador do Real Madrid de todos os tempos.
Em 1958, eu estudava na Escola de Cadetes de Fortaleza, acompanhei pelo rádio a fascinante seleção que acabou com complexo de cachorro vira-lata do brasileiro, como disse Nelson Rodrigues. Foi a grande vitória de um conjunto comandado em campo por líderes, Nilton Santos, Didi, Zito. O técnico Vicente Feola teve a felicidade em escalar Pelé e Garrincha, no terceiro jogo, por imposição desses líderes, Brasil ganhou a primeira Copa, na Suécia.
Em 1962, no Chile, o Brasil repete, bicampeão mundial, uma final belíssima contra a Tchecoslováquia, Brasil 3x1, eu, tenente servindo na Bahia, comemorei com Ângelo Roberto no Mercado Modelo até o dia amanhecer.
Copa de 1966 o Brasil calçou sapato alto desde a convocação, para valorizar jogadores brasileiros, foram convocados 47. Estreou contra a Bulgária, ganhou 2x0, foi o último jogo do Brasil com Pelé e Garrincha, nunca o Brasil perdeu com os dois jogando juntos. 1966, o maior vexame da história, perdemos para Portugal e Hungria, desclassificado no início, assisti aos jogos pelo rádio, eu servia na 9ª Companhia de Fronteira em Roraima.
Em 1970 o Brasil no México arrasou, um belo tricampeonato, um dos melhores times da história do futebol. Pela primeira vez foi televisionado, assisti em uma simples TV preto e branco, era recém-casado, capitão, servia na 20ª CSM em Maceió.
Em 1974 o Brasil ficou no caminho, pegou o carrossel holandês comandado por Cruyff, nessa época eu havia deixado o Exército, era Prefeito de Barra de São Miguel. Em 1978 na Argentina iniciou a era Zico, mais três copas sem o Brasil ganhar. Para Argentina ser classificada no lugar do Brasil precisava ganhar de 4x0 do Peru, deu de 6x0, foi à final contra a Holanda, ganhou seu primeiro mundial.
Em 1982 o Brasil armou uma das mais brilhantes seleções na Espanha, Sócrates, Zico, Cerezo, Falcão, entre outros, não souberam ganhar.
Em 1986 a Colômbia abriu mão de realizar a Copa, foi para o México, Maradona deu o campeonato para Argentina.
Em 1990 a Itália organizou a Copa, o Brasil um time medíocre, não teve chance, Alemanha campeã, em cima da Argentina, 1x0, gol de pênalti.
Em 1994 o Brasil volta a ser campeão do Mundo, Copa dos USA, com Romário e Bebeto fazendo dupla no ataque, inesquecível o gol de falta de Branco contra a Holanda, classificou o Brasil para final contra a Itália. Ganhamos nos pênaltis.  
1998 na França o Brasil chegou a final, amarelou, perdemos de 3x0 para os franceses.
Em 2002 no Japão eis que o Brasil levanta a taça pela quinta vez, inesquecível o gol de falta de Ronaldinho contra a Inglaterra. 
Em 2006 na Itália e em 2010 na África do Sul fomos medíocres, perdemos.
O Brasil tem uma boa equipe competitiva, resta torcer em 2014. Abaixo a baixa estima! Estou em clima de Copa.

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