Comprei, bandeira para estendê-la na varanda,
calção azul, sandália, cueca, além da camisa amarela da seleção brasileira. É
aquela história, não acredito em bruxas, mas, que existem, existem! Assistirei
aos jogos do Brasil com o mesmo calção, camisa, cueca. O Mundo de olho no
Brasil. Recentemente em Buenos Aires dei uma palestra, no final o assunto foi a
Copa do Mundo, todos queriam saber como estão os preparativos, se é verdade o
clima de violência e outras notícias. Minimizei os problemas, uma boa imagem do
Brasil no exterior é importante. Torço e tenho certeza, a Copa no Brasil será
bem organizada e alegre, apagará essa imagem negativa, sou um patriota otimista
que nem o Policarpo Quaresma, incorrigível.
Fanático por Copa do Mundo, a minha
primeira foi em 1950, menino, 10 anos, chorei naquele domingo fatídico, o
Brasil precisava apenas de um empate, fez 1x0, terminou perdendo, 2x1 para o
Uruguai, campeão dentro do Maracanã, uma tragédia.
Em 1954 na Suíça, a maior lembrança vem
do jogador Puskas da Hungria, dínamo daquela seleção que assombrou o mundo com
goleadas espetaculares, na final deu-se o milagre de Berna, Alemanha foi
campeã, perdendo de 2x0, virou o jogo, 3x2. Puskas era capitão do Exército, em
1956 houve a Revolução Húngara, revolta espontânea contra o governo comunista
da Hungria. Depois de anunciar a disposição de negociar a retirada das forças
soviéticas, a União Soviética mudou de ideia, entrou em Budapeste esmagando
a resistência armada. Puskas exilou-se na Espanha, tornou-se o melhor jogador
do Real Madrid de todos os tempos.
Em 1958, eu estudava na Escola de
Cadetes de Fortaleza, acompanhei pelo rádio a fascinante seleção que acabou com
complexo de cachorro vira-lata do brasileiro, como disse Nelson Rodrigues. Foi
a grande vitória de um conjunto comandado em campo por líderes, Nilton Santos,
Didi, Zito. O técnico Vicente Feola teve a felicidade em escalar Pelé e
Garrincha, no terceiro jogo, por imposição desses líderes, Brasil ganhou a
primeira Copa, na Suécia.
Em 1962, no Chile, o Brasil repete,
bicampeão mundial, uma final belíssima contra a Tchecoslováquia, Brasil 3x1,
eu, tenente servindo na Bahia, comemorei com Ângelo Roberto no Mercado Modelo
até o dia amanhecer.
Copa de 1966 o Brasil calçou sapato alto
desde a convocação, para valorizar jogadores brasileiros, foram convocados 47.
Estreou contra a Bulgária, ganhou 2x0, foi o último jogo do Brasil com Pelé e
Garrincha, nunca o Brasil perdeu com os dois jogando juntos. 1966, o maior
vexame da história, perdemos para Portugal e Hungria, desclassificado no
início, assisti aos jogos pelo rádio, eu servia na 9ª Companhia de Fronteira em
Roraima.
Em 1970 o Brasil no México arrasou, um
belo tricampeonato, um dos melhores times da história do futebol. Pela primeira
vez foi televisionado, assisti em uma simples TV preto e branco, era recém-casado,
capitão, servia na 20ª CSM em Maceió.
Em 1974 o Brasil ficou no caminho, pegou
o carrossel holandês comandado por Cruyff, nessa época eu havia deixado o
Exército, era Prefeito de Barra de São Miguel. Em 1978 na Argentina iniciou a
era Zico, mais três copas sem o Brasil ganhar. Para Argentina ser classificada
no lugar do Brasil precisava ganhar de 4x0 do Peru, deu de 6x0, foi à final
contra a Holanda, ganhou seu primeiro mundial.
Em 1982 o Brasil armou uma das mais
brilhantes seleções na Espanha, Sócrates, Zico, Cerezo, Falcão, entre outros,
não souberam ganhar.
Em 1986 a Colômbia abriu mão de realizar
a Copa, foi para o México, Maradona deu o campeonato para Argentina.
Em 1990 a Itália organizou a Copa, o
Brasil um time medíocre, não teve chance, Alemanha campeã, em cima da
Argentina, 1x0, gol de pênalti.
Em 1994 o Brasil volta a ser campeão do
Mundo, Copa dos USA, com Romário e Bebeto fazendo dupla no ataque, inesquecível
o gol de falta de Branco contra a Holanda, classificou o Brasil para final
contra a Itália. Ganhamos nos pênaltis.
1998 na França o Brasil chegou a final,
amarelou, perdemos de 3x0 para os franceses.
Em 2002 no Japão eis que o Brasil
levanta a taça pela quinta vez, inesquecível o gol de falta de Ronaldinho
contra a Inglaterra.
Em 2006 na Itália e em 2010 na África do
Sul fomos medíocres, perdemos.
O Brasil tem uma boa equipe competitiva,
resta torcer em 2014. Abaixo a baixa estima! Estou em clima de Copa.
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