segunda-feira, 20 de julho de 2015

UM ENGENHEIRO NO INFERNO

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

Um engenheiro desceu aos portões do inferno e foi admitido. Mal havia chegado, já estava insatisfeito com o baixo nível de conforto do inferno. Logo começou a fazer projetos e várias obras de benfeitorias tomaram início.
Verificou que o grande calor gerado com o fogo do inferno poderia ser convertido em energia e também que os precipícios que lá existiam poderiam proporcionar vistas panorâmicas.
Pouco tempo depois já havia no inferno setores aclimatizados com ar condicionado, escadas rolantes, elevadores panorâmicos, piscinas com água aquecida, jacuzzis por toda parte, campos de golfe, shopping centers, etc.
Com a climatização foi possível criar vários paisagismos diferenciados. O Diabo estava adorando o serviço e o engenheiro virou um cara muito popular por lá.
Um dia, Deus, preocupado, pois o Diabo estava quieto faz tempo, chamou-o telefone e perguntou, ironicamente:
- E aí, diaba rampeira, como estão as coisas aí embaixo?
E o Diabo respondeu:
- Deusdeeeeeete! Há quanto tempo que você não me liga! Que saudade de você menina! As coisas aqui embaixo estão uma maravilha! O inferno tá que tá uma chiqueza só! Agora temos ar condicionado central, banheiros reformados com granito italiano, escadas rolantes, elevadores panorâmicos, e mais um monte de coisas. Isso sem falar na praia artificial com ondas que o nosso engenheiro está planejando para breve! Tô até aprendendo a jogar golfe! Chique, né?
Do outro lado da linha, surpreso, Deus exclamou:
- O quêêêêêêê!?! Vocês têm um engenheiro aí? Isso foi um engano! Engenheiros nunca vão para o inferno. Mande-o subir aqui céu, imediatamente!
O Diabo respondeu:
- Neeeeem que a vaca tussa! Sem chance! Eu gostei de ter um engenheiro e ele fica aqui.
Deus, já mais irritado, fala em tom de ameaça:
- Mande-o para cá, agora, ou tomarei as medidas legais necessárias.
Eis que o Diabo soltou uma gargalhada:
- Hahahaha! Deusdete, minha nêga, você é uma comédia! Onde você pensa que vai arrumar um advogado, aí no céu?

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