ENGENHEIRO-AGRÔNOMO E ESCRITOR

Quem já se viu um cachorro
sofrer de estresse? Trancafiado em diminutos cômodos, sem se movimentar, fazer
xixi nos postes, paquerar uma cadelinha, ou vice-versa, correr pelos becos e
enfrentar desafetos, sofrem por dentro e por fora, com constantes visitas ao
veterinário.
Sim, nesse ambiente almofadinha, até com roupinhas ridículas, não desenvolve a sua proteção
orgânica, ficando vulnerável às doenças, fragilizando-se.
Um meu conhecido, que cria
um pastor alemão em seu apartamento de um
pouco mais de 100 m², contou-me que quando leva o cachorro para passear,
depois dele "suplicar", tem um problema sério no retorno. Ao sair, é
uma alegria só - corre, pula, balança o rabo, brinca. Mas quando pressente a
volta, vira uma fera literalmente, não querendo retornar àquele ambiente hostil
à sua vida animal, perdendo o humor e latindo com as pessoas, necessitando
medidas drásticas de contenção.
Isso diz tudo: o crime que
se comete com a criação de cachorros em apartamentos. Numa casa, com espaço
adequado, a coisa é diferente.
Eu me pergunto onde se
encontra a Sociedade protetora dos animais? E as ONGS ambientalistas? E as
Secretarias municipais, mais preocupadas com suas carrocinhas de capturar cães
desgarrados?
Ninguém se pronuncia; diz
um ai sequer. Por quê? Possivelmente, pela força do comércio com lucros vultosos:
criadores, indústria de ração, clínicas veterinárias.
Tudo tem um meio termo. É
preciso encontrá-lo, colocando no epicentro da questão, o principal interessado
- o animal. Digo, o racional; é claro, o cachorro.
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