POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES
O indivíduo chegou de surpresa e encontrou a mulher em sua
cama com outro. Tirou o revólver da cintura, tomando cuidado para não ser
percebido pelos dois, armou o gatilho e já ia se preparando para meter bala
neles quando parou para pensar:

Foi se lembrando de como a sua vida de casado havia melhorado nos
últimos tempos: A esposa já não pedia dinheiro para comprar carne, aliás, nem
para comprar vestidos, joias e sapatos, apesar de todos os dias aparecer com um
vestido novo, uma joia nova ou uma sandalinha da moda; os meninos mudaram da
escola pública do bairro para um cursinho famoso e sem contar que a mulher
trocou de carro, apesar de ele estar a quatro anos sem aumento e ter cortado a
mesada dela. O supermercado, então, nem se fala, eles nunca tiveram tanta
fartura quanto nos últimos meses e as contas de luz, água, telefone, internet,
celular e cartão de crédito, fazia tempo que ele nem ouvia falar delas.
O caso é que a mulher dele era mesmo um aviãozinho, baixinha, toda
gostosinha, mesmo com três filhos o tempo não passava para ela. Coisa de louco…
Guardou a arma na cintura, com muito cuidado para não ser
percebido, e foi saindo devagar, para não atrapalhar os dois.
Parou na porta da sala, refletiu um pouco e disse para si mesmo “O cara paga o aluguel, o supermercado, a
escola das crianças, as contas da casa, o carro, o shopping, todas as despesas,
e eu ainda vou para cama com ela todos os dias…” E, fechando a porta atrás
de si, concluiu, sorrindo: “O corno é ele!!!”
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