quarta-feira, 30 de agosto de 2017

A INFÂNCIA QUE EU VIVIA

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

Sou do tempo que menino
Dava a bênção todo dia
Botava lixo pra fora
Serviço pequeno fazia
Se mandasse ir comprar pão
Com briga ou com confusão
Dava a gota, mas ia 

Acordava logo cedo
Ia pra escola estudar
Comia lanche lá mesmo
Corria e ia brincar
De meio-dia voltava
Tomava banho, almoçava
No meio do mundo ia andar 

Lá pras cinco, cinco e meia
Chegava todo grudento
Os pés da cor de carvão
Pescoço todo nojento
Tomava banho e comia
Novela boa assistia
E voltava pro movimento

Pro movimento da rua
Que parecia não parar
Esconde esconde, pega pega
Uma bola pra chutar
Abria o tampo do dedo
Ia pra casa com medo
Da bronca que ia levar 

No outro dia ia pra escola
Devagar e manquejando
E no recreio parado
Vendo os meninos jogando
O curativo arrancava
E a dor eu disfarçava
Já tava no mei brincando 

Brincadeira tinha muitas
Não faltava opção
Toca, pipa, futebol
Barra bandeira, garrafão
Virava guarda ou Doutor
Bombeiro ou professor
Com muita imaginação 

E os amigos que eu tinha
Viveram alegremente
Pois não tinha tanta droga
Marginal ou delinquente
A liberdade era demais
Porém tinha nossos pais
Pra botar prumo na gente 

Hoje em dia os meninos
Acordam de meio-dia
Vão pra escola zangado
Com cara de rebeldia
E jamais vão entender
Como era bom viver
A infância que eu vivia.     

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