terça-feira, 18 de agosto de 2015

QUASE SETENTA...

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

Pois é, estou quase lá... Decidi, então, ir em busca de informações que me ajudassem a começar a entender melhor a tal “Terceira Idade” ou “Melhor Idade” como querem alguns. A primeira informação é de que ela começa aos 60 anos.
- Será mesmo verdade?
Procurando mais um pouco, encontrei uma pesquisa sobre esse assunto cujo resultado foi bem interessante principalmente vindo de jovens: 47% de entrevistados acham que a Terceira Idade começa entre sessenta e setenta anos, 23% acreditam que ela começa antes mesmo dos 50 anos, 2% acreditam que ela só começa aos oitenta anos...
Eu, particularmente, acho que há controvérsias, pois o meu plano de saúde triplicou o valor da mensalidade quando completei 58 anos...
Então, descobri também que algumas pessoas acham que Terceira Idade é a idade em que se começa a ficar “caduco”. E que “caduco” é aquele que começa a despertar manias antigas e outras novas, não fala mais “coisa-com-coisa”, começa também a ficar ranzinza e chato...
Sinceramente, acho que ao longo da vida e em diferentes fases a gente faz tudo isso e o tempo todo! Manifestamos nossas manias, criamos novas, no sufoco não falamos coisa-com-coisa, mesmo jovens temos atitudes bem ranzinzas em certas situações e muitas vezes somos bem chatos! Quem já não fez tudo isso, que atire a primeira pedra!
Diz a “Wikipédia”, que a Terceira Idade varia conforme a cultura e desenvolvimento da sociedade em que se vive. Em países classificados “em desenvolvimento” como o Brasil, por exemplo, uma pessoa é considerada de Terceira Idade a partir dos 60 anos. Mas vejam só: para a Geriatria, somente após alcançar 75 anos a pessoa é considerada de Terceira Idade. Achei consolador!
Um dado é certo: com a chegada da terceira idade alguns problemas de saúde passam a ser mais frequentes (aqui eu assino embaixo), principalmente para as mulheres, quando mergulham de cabeça na menopausa!
Mas, ainda segundo a Wikipédia, não existe um consenso com relação à fronteira que limita a fase “pré” e “pós” velhice, nem tão pouco, quais são os indícios mais comuns da chegada nesta fase... Ela chega e pronto! Seja pela idade, que pode ser qualquer uma; seja pelas manias, e aí, se você for mais jovem, começa a ficar preocupado. Mas em algum momento da vida você vai dizer “acho que estou ficando velho”...
Por tudo que li, entendi que o “bem envelhecer” depende do equilíbrio entre as minhas limitações e potencialidades, que afinal, nunca deixarão de existir. Por isso tenho que aproveitar cada minuto, cada chance que a vida dá.
Percebo claramente que desenvolver uma flexibilidade comigo mesmo e com a sociedade para me adaptar nessa fase da vida, assim como fiz em todas as outras. É básico para ser feliz...
Me lembro muito bem como foi sofrido o adolescer. A gente cresce ouvindo e acreditando que ao avançar a idade não há muito o que fazer, que todo o investimento pessoal que se podia fazer já foi feito, principalmente entre a juventude e a fase adulta, e que depois, é só colher os frutos deste trabalho. A velhice é vista como uma fase sem saída e sem futuro. Discordo, veementemente!
E, infelizmente, constato que uma parte da sociedade não vê sentido em cuidar dos problemas existenciais do idoso porque acreditam que não há mais o que construir. Terapia de idosos, por exemplo, é vista como perda de tempo.
- De que vai adiantar?
Só vai surtir efeito em gente mais jovem, com cabeça ainda boa e um futuro pela frente! Discordo também, veementemente! Bota veementemente nisto! Mas isso também acontece porque alguns idosos acreditam que por terem vivido uma longa e muitas vezes difícil história não podem mudar o rumo de sua vida o modo de pensar ou agir; deixam-se levar pelo cansaço e a gente até entende muitas vezes que a vida não foi mesmo nada fácil; melhor deixar como está...
Eles não entendem que, no caso da terapia, por exemplo, o objetivo não é mudar o jeito do idoso mas sim dar a ele o acolhimento, o respeito e a compreensão. O objetivo maior é fazer com que ele aceite o seu jeito de ser e descubra maneiras diferentes de viver essa nova fase. Por isso entendi que compreender primeiro e depois aceitar é o caminho. Essa é a mudança tão necessária.
Aceitar a idade, as limitações e não se prender ao que deixou de ser feito, mas o que ainda poderá ser feito. Essa é a grande magia...
Entendi que não posso deixar de pensar na riqueza da minha experiência adquirida com esforço através dos meus anos vividos. Isso é algo que nenhuma força do mundo poderá me tirar. E me lembrar sempre que essa riqueza de experiência pode minar ou até acabar se eu me colocar num estado de inércia que fatalmente me levará para o tédio e uma profunda solidão...
Por isso tudo, vou à luta! Quero ser um idoso legal, que se ama e ama a vida! E ainda deixo um recadinho carinhoso pra você que ainda é muito jovem:
- Sorria, lute, chore, desabafe, curta as coisas boas e alimente-se com elas. Jogue para o ar o que é ruim, mas, principalmente, ame a si mesmo. Só assim você vai conseguir viver bem todas as etapas da vida e amar o outro. Lembre-se de que não estamos sozinhos e que a estrada nunca está vazia.
Um bom envelhecimento a todos. Se você está envelhecendo, é sinal que está vivo! Viva feliz, envelheça com dignidade! 

2 comentários:

  1. Muito bom o texto! Parabéns!

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    1. Apenas postei. O(a) autor(a) desconheço. Infelizmente não posso atribuir a autoria.

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