ENGENHEIRO AGRÔNOMO E ESCRITOR
A seleção brasileira de futebol tem
que retirar o “Z” e colocar o “S” de BRASIL. Ou seja, prestigiar os que
aqui labutam em seus clubes. E vou tentar desenvolver esse mote.
Os jogadores que prestam serviços
aos clubes estrangeiros têm uma vida nababesca e, logicamente, um compromisso
profissional com seu patrão, colocando-o em primeiro lugar, dando todo o seu
suor e sacrifício pelos bônus auferidos.
Dentro desta concepção, a sua
Pátria, mesmo inconscientemente, é o seu time no país a que se aloca. A maioria
deve assim pensar, o que não é errado e não merece condenação.
De repente são convocados para defender
o Brasil, com “S”. Na cabeça deles, com
“Z”. Até o Hino Nacional, que são obrigados
a cantar, deve soar esquisito, especialmente aos que estão muitos anos fora,
acostumados a ouvirem outros louvores patrióticos.
Primeiramente, a adaptação, seguida
da preocupação com seu clube de origem, voltada a se preservar e evitar
contusões, pois seu patrimônio não é aqui e, ademais, tem responsabilidade com
seu patrão lá fora.
Há ainda a questão técnica.
Arraigadas na sua cabeça as orientações de seu técnico, que, inclusive, deve
lhe orientar sobre o seu compromisso de retornar são e salvo, defronta-se com
outro “professor”, pedindo-lhe para
jogar assim e assado e não amarelar. Em outras palavras, dar sangue, invocando
a bobagem chamada “Pátria de Chuteiras”.
E, agora, deve raciocinar: como proceder?
Vendo a seleção jogar, convenci-me dessa
realidade ou indicativo dela. Basta se fixar em apenas dois jogadores, como exemplos
- Neymar e Daniel Alves - e começar a raciocinar nessa evidência discutida. A
Pátria deles se chama Barcelona. Que Brasil, que nada!
Com base nesse contexto, atrevo-me a
esboçar uma ideia sobre a seleção que chamo de “Seleção Brasileira de Futebol com S”. A prioridade seria a prata da casa.
Os jogadores que aqui suam com a inclusão paulatina de jovens promessas para
irem adquirindo cancha. Este grupo se reuniria a cada 2
meses, dentro de um calendário estipulado pela CBF, para treinamento e conscientização
profissional, incluindo um jogo em um Estado contra um combinado local. No
esquema, estaria convites a seleções de fora e excursões internacionais, sobretudo
África e Ásia.
Não seriam descartados totalmente os
“estrangeiros”, sobretudo em eventos,
importantes como as eliminatórias e a Copa do Mundo, mas com uma avaliação
rigorosa no que se refere ao perfil de engajamento profissional. Haveria o
inverso do atual selecionado, com o contingente, maiormente com “S”.
Muitos vão argumentar: não temos plantel;
faltaria experiência internacional; não temos técnicos competentes, etc.
É muito comum, em países subdesenvolvidos,
sobretudo quando estão em baixa, olharem para cima e verem monstros sagrados.
No futebol, isso é uma máxima. Neste momento, os Europeus são os caras e, os
técnicos deles, gênios.
Vamos imaginar ou sonhar como
futebol brasileiro organizado, disciplinado e de cunho empresarial. Com pessoas
qualificadas e honestas. Ao invés dessa atual cúpula, pessoas como Zico, Tostão, Raí, Cafu e outros no comando da CBF. Em tais condições, o Técnico teria
carta aberta para poder desenvolver o seu trabalho, sem interferência dos
famigerados empresários e midiáticos, podendo escolher a sua equipe e sem a
neura da demissão intempestiva. E dessa forma, vários profissionais vão ser tão
eficazes quanto aos Guardiolas da vida.
No tocante ao nível dos nossos jogadores
nem se compara com os estrangeiros. Os alemães - coitados - têm que se lascarem
chutando umas mil vezes para aprender a bater bem na bola. A gente, não, é só
incutir o sentimento profissional com ênfase na disciplina e consciência do
dever.
Vai levar um tempinho. Mas tem que
se acabar com o imediatismo e ter projetos clarividentes, não havendo outro
caminho que não o futebol-empresa com o consequente elevado índice
profissional. É assim que acontece em outras atividades
humanas e o futebol, como tem provado os Europeus, não foge dessa realidade.
Maceió. Al, 16 de junho de 2016.
Correto! Nossos jogadores, que ganham altas cifras lá fora, em clubes de primeiro escalão, não estão nem aí para a SELEÇÃO. Atuam sem nenhuma emoção, sem amor à camisa. Eles têm que ser esquecidos e aqueles que lutam por aqui devem ser promovidos, pois assim irão se esforçar para dar o melhor de si e... (TALVEZ) o Brasil saia desse marasmo.
ResponderExcluir