quinta-feira, 26 de outubro de 2017

IGUALDADE ENTRE OS SEXOS

Texto de Aloisio Guimarães

Na minha juventude, a mulher era considerada “o sexo frágil”, um título que vem perdendo a cada ano, por sua própria vontade, quando começou a exigir igualdade entre sexos.
Ontem, as mulheres andavam nas ruas de mãos dadas... Hoje, ao avistarmos duas mulheres andando desta forma, imediatamente procuramos algum traço familiar, para termos a certeza de que não se trata de “marido e mulher”!
Não muito distante, a mulher tinha o privilégio de andar do lado de dentro da calçada; de ter a porta do carro aberta, pelo homem, para ela entrar e sair do veículo; uma mulher jamais viajava em pé nos coletivos; eram comuns as serenatas, realizadas embaixo das janelas da mulher amada... Era o homem que pagava o jantar, o cinema... Em resumo, a mulher queria e era tratada como uma mulher!
Agora, vamos ao causo:
Certo dia, ainda quando era estudante de engenharia, estava num ônibus com destino à Cidade Universitária, onde faria a Prova Final de Resistência dos Materiais, do temido e odiado Prof. Arlindo Cabús. Pense num cara que ninguém gostava! Pensou? Era ele! Pois bem, apesar de ter passado a noite quase toda estudando e ter os assuntos na ponta da língua, sentado, no banco do coletivo, eu continuava lendo e estudando.
Nessa época, a única empresa que fazia a linha Centro/Cidade Universitária era a Empresa São Luiz, com a frequência "de hora em hora"! Era muito estudante para pouco ônibus e por isso eles andavam sempre cheios. Então, antes de chegar no Hospital do Açúcar, o ônibus já estava lotado, uma verdadeira lata de sardinha. As carona com os colegas ou às margem da rodovia Maceió/Recife era a solução. Assaltos eram coisas de cinema e por isso os motoristas davam carona tranquilamente!
Voltando ao causo...
Ônibus lotado, todo mundo agoniado, calor dos diabos e o Aloisio Guimarães (eu, lógico!) lá, estudando... Em determinado momento, levanto a vista e vejo, em pé, ao meu lado, uma jovem estudante de medicina, hoje médica, carregada de livros (ela estava indo para o Hospital Universitário, vizinho à Cidade Universitária). Imediatamente, parei de estudar e, como rezava os costumes da época, levantei-me e lhe ofereci o lugar.
Para minha desagradável surpresa, ela não sentou, permanecendo de pé.
Diante da situação, perguntei:
- Você não vai sentar?
Ela, educadamente, respondeu:
- Vou, estou esperando a cadeira esfriar...
Então, “educadamente”, respondi:
- Tudo bem, enquanto você espera a cadeira esfriar, eu vou sentar novamente!
Tive vontade de mandar ela para puta que pariu! Sentei e nunca mais ofereci cadeira a nenhuma mulher quer fosse nova, velha, grávida, com criança de colo...
Acho que fui o primeiro homem a aderir à igualdade entre sexos!

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