ROYAL NAVY - 1869

Algo o fez afastar-se...
Depois de algumas semanas, um colega de turma, velho
Capitão-de-Mar-e- Guerra, integrante do grupo, surgiu em sua casa para
visitá-lo. Era uma noite muito fria, típica do final do outono londrino. O
amigo o encontrou na casa, sozinho, sentado diante da lareira, onde o fogo
estava brilhante e acolhedor, a pitar um belo cachimbo, cujo fumo irlandês
espalhava um suave perfume adocicado e defumado no ambiente.
Adivinhando o motivo da visita do amigo, ele lhe deu as boas-vindas,
serviu-lhe um copo de um bom whisky das Highlands, e, aproximando-se da lareira
ofereceu-lhe uma cadeira grande e confortável, próxima à chaminé e ficou
quieto, esperando.
Nos minutos seguintes, houve um grande silêncio...
Os dois velhos lobos do mar somente admiravam a dança das
chamas em volta dos troncos cortados de lenha, que queimavam ardendo em leves
estalidos, num tenro e agradável calor. Depois de alguns minutos, o amigo aproximou-se da lareira,
examinando as brasas que se formaram, e cuidadosamente escolheu uma delas, a
maior e mais incandescente de todas, empurrando-a lateralmente, para fora do
fogo. Sentando-se novamente, permaneceu silencioso e imóvel, ambos observando
as brasas.
O anfitrião prestava atenção a tudo, fascinado, mas também
quieto.
Dentro de pouco tempo, a chama da brasa solitária diminuiu,
até que após um brilho discreto e momentâneo, seu fogo apagou-se de repente. O
que, naquela brasa, antes era uma festa de calor e luz, agora não passava de um
frio, morto e reles pedaço preto de carvão, recoberto de uma camada de cinza,
espessa e esbranquiçada.
Nenhuma palavra tinha sido pronunciada desde a protocolar
saudação inicial entre os dois amigos, que tantas histórias de mares e portos
tinham a compartilhar, e assim continuavam. O amigo olhou o relógio sobre uma
fina cristaleira na sala, sacou o seu, pela corrente de dentro do pequeno bolso
sob o cinto, e comparou as horas que marcavam. Levantou-se, foi até a lareira e
movimentou novamente o pedaço de carvão já apagado, frio e inútil, colocando-o
novamente no fogo, em meio as brasas ardentes. Quase que imediatamente, aquele
carvão inerte voltou a desprender-se como uma nova chama, alimentado pela luz e
o calor das labaredas dos demais pedaços de carvão em brasa ao redor dele.
Então, o amigo aproximou-se da porta para ir-se embora. Foi
quando seu anfitrião, após abraçá-lo longamente, emocionado, disse:
- Meu caro e velho
amigo, obrigado por sua visita e pela belíssima lição que me deu hoje.
Retornarei aos nossos encontros e ao nosso grupo de amigos, que tanto bem
sempre me fez!
À reflexão
· Aos
amigos membros de um grupo:
Sempre vale a pena lembrar que
eles fazem parte da "chama" do grupo e que separado dele perdem seu
brilho! Vale lembrar-lhes que também são responsáveis de “manter acesas as
chamas” do encontro entre cada um dos seus membros e de promover a união entre
todos eles, para que o fogo seja sempre realmente forte e duradouro!
· Aos
irmãos e filhos:
Uma família se mantém “com a
chama acesa” quando os membros não esquecem que a união acima de qualquer
diferença é que possibilitará que o "barco vença" o navegar da vida, com bom ou
mau tempo!
· Você,
brasa que aquece, lembre:
Cada madeira que constitui o
feixe não é igual e nem queima da mesma forma, porém, o conjunto emite luz
intensa e é quem aquece a todos e ao ambiente onde vivem. Juntos é que somos
fortes! Faça seu sonho ser maior que suas dificuldades!
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