segunda-feira, 18 de maio de 2015

AQUI E LÁ

Texto de Rubens Mário
 PROFESSOR E ADMINISTRADOR DE EMPRESAS

Essa semana aconteceram dois jogos de futebol que me chamaram à atenção pelas semelhanças e proporcionalidades entre as competições e o antagonismo dos resultados. Me refiro ao jogo do CRB aqui em Maceió contra o Grêmio, pela Copa do Brasil,  e, lá,  em São Paulo, o Corinthians ante o Guarany do Paraguai, pela Copa Libertadores da América. Ambos os torneios são do tipo que chamamos na linguagem futebolística de “mata, mata”; a única diferença é que no torneio nacional, na sua fase inicial, o clube - o melhor ranqueado - que fizer uma diferença de dois gols na casa do adversário, elimina o segundo jogo. No mais, entendo que as semelhanças são evidentes.
Lá, o poderoso Corinthians precisaria vencer o pequeno Guarany do Paraguai, por, pelo menos, 2x0, algo, aparentemente, fácil, pois se tratava de um duelo de um grande contra um pequeno, lembrando que esse país é chacoteado, frequentemente, por nós brasileiros ao qual nos referimos quando queremos dizer que algo não presta. Lembram do “cavalo paraguaio”? A verdade é que ainda não perdemos aquela mania de falsa grandeza! Recordam, também, das piadas com os portugueses? É... no futebol, também parece que ainda achamos que somos mais fortes! Nesse jogo de lá foi mostrado que no futebol atual, os mais pobres podem sim, vencer os mais abastados. Lá, o pequeno se mostrou bem organizado, tática e tecnicamente, bem fechado na defesa, sem ficar dando chutões à esmo; ao tomar a bola do adversário, saiam em toques  curtos e objetivos ao ponto de irritar o oponente, causando-lhe duas expulsões infantis, e, ganhando o jogo e a classificação com muita autoridade na casa do “rico” rival. Nessa importante competição internacional não foi a primeira vez que aconteceu essa contradição futebolística, pois,  outros clubes de países de futebol mais pobre também já venceram esse certame.
Aqui, bem que poderia ser semelhante, mas, a coisa foi bem diferente, pois, o mais pobre, o nosso querido CRB, comportou-se como tal em seu jogo eliminatório da Copa do Brasil; vimos um time acanhado, mesmo o adversário não tendo uma grande equipe. Ao contrario do pequeno do Paraguai, o CRB, mostrou-se muito vulnerável, especialmente em sua defesa, com um zagueiro - Daniel Marques - parecendo estar sem o devido condicionamento físico, bastante “pesado” sem qualquer velocidade, fator essencial à um zagueiro. O nosso melhor jogador - Olívio - aparentando não estar devidamente recuperado da contusão, jogou muito mal, falhando, também, em todos os gols; o “volantão” Gladisson Souza, muito mal, mostrou que é apenas um jogador muito esforçado, sem qualquer qualidade na distribuição da bola quando a rouba dos adversários. Aliás, esse tipo de volante não tem mais lugar nas grandes equipes devido ao encurtamento dos espaços nos atuais esquemas de jogo, 4 4 2 ou 4 5 1, onde os volantes tem que dar celeridade ao jogo quando tiram a bola do adversário. O jogador Fernando tem sido outra peça nula, desde, segundo a minha óptica, que foi afastado da área, e, obrigado a armar o time, mostrando-se um jogador bastante frágil e disperso. O Gérson Magrão, mesmo sem ritmo de jogo, mostrou que tem amplas condições de ocupar o lugar do Fernando. O nosso Zé Carlos, vaiado, injustamente, por,  parte da torcida regatiana, pois, é um apaixonado pelo CRB e já foi um grande goleador. Hoje, tem se mostrado, visivelmente, fora de forma atlética, sem a mobilidade essencial a um atacante. Entendo que aquele centro avante que ainda inverte os papeis e joga marcando os dois zagueiros, está em extinção no novo futebol. Lembram do Fred na última Copa do Mundo? Imóvel, poste, inútil e outros adjetivos foram usados nas redes sociais para achincalhá-lo durante a Copa. Vejam que nos grandes times atuais, à exemplo do Barcelona, não existe mais aquele atacante fixo que passa o jogo todo esperando que uma bola sobre para ele fazer o gol, e nem o “volantão” ou “biombo” do tempo do 4 2 4.
Então, aqui, bem que poderia ter sido igual a lá.

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